Artista multifacetado, Paulo Miklos fez de seu terceiro disco, A Gente Mora No Agora, um dos melhores trabalhos lançados em 2017. O álbum – produzido por Pupillo e Apollo Nove, e mixado por Mario Caldato Jr. – renovou e expandiu a assinatura do cancioneiro autoral do artista. Na noite desta quarta-feira (11), o cantor mostrou aos seus seguidores uma roupagem mais intimista de sua obra. O primeiro show da mini-turnê Voz e Violão aconteceu no Teatro Sesi, no Rio de Janeiro, e contou com uma plateia entusiasmada.
A ideia da turnê é apresentar as canções como foram concebidas. Com uma atmosfera totalmente intimista, no palco, somente o artista empunhando seu violão, combinando a vibração das cordas com sua voz e contando as histórias por trás de algumas das músicas apresentadas. Às 19h05, Miklos subiu ao palco e mostrou “A Lei Desse Troço” e “Risco Azul”, duas das melhores faixas de seu mais recente disco. A tensão inicial foi desfeita na terceira música do repertório: “Flores” (Õ Blésq Blom, 1989) fez o público deixar a timidez de lado e cantar os versos de um dos maiores sucessos dos Titãs.
Na primeira conversa com o público, Miklos comentou sobre a participação de jovens talentos como Tim Bernardes (O Terno) e Céu, bem como a colaboração de velhos amigos como Erasmo Carlos neste trabalho recém-lançado. Foi a deixa para o cantor falar do “presente” que ganhou do amigo Nando Reis: a bela “Vou Te Encontrar”, que faz parte da trilha da novela O Outro Lado Do Paraíso, da TV Globo. “Pra Dizer Adeus”, originalmente gravada pelos Titãs no álbum Televisão (1985), reaparece com arranjo semelhante ao que foi registrado no Acústico MTV (1997), que vendeu mais de 1,7 milhão de cópias.
Não deixa de ser curioso pensar que Miklos se apresentava ao lado de outros oito caras no início da década de 1980. Este número foi diminuindo ao longo dos anos e hoje conta apenas com seu violão diante de fãs que acompanham sua carreira além da música. E foram esses fãs que fizeram o cantor relembrar uma história de Cauby Peixoto, que certa vez explicou o segredo para manter os seus por perto. “Ele dizia que todo show escolhia uma pessoa da plateia e cantava olhando diretamente para ela. E aquela pessoa sempre voltou. Hoje fui eu que escolhi vocês”, brincou Miklos antes de tocar “Hoje”, faixa de seu segundo álbum solo Vou Ser Feliz e Já Volto (2001).
Houve espaço para algumas homenagens: o rapper Sabotage, que estrelou o filme O Invasor (2002) ao lado de Miklos, foi lembrado pelo amigo. “Em 2001, recebi do diretor Beto Brant meu primeiro convite para fazer cinema. E eu conheci um cara muito especial: um rapper de São Paulo chamado Sabotage. Ele foi um cara tão importante que as novas gerações do rap nacional cultuam sua memória. Ele foi assassinado anos depois, mas deixou uma obra curta, mas fundamental”.
O cenário político e o assassinato da vereadora Marielle Franco (ocorrido no Centro do Rio em março deste ano) também foram lembrados por Miklos antes de cantar “Juízo Final”, clássico de Nelson Cavaquinho em 1973. “Da mesma forma como aconteceu com o Sabotage, são situações que precisam ser esclarecidas. Assim como ela [Marielle], tantas pessoas queridas possuem uma atividade, uma atitude firme em relação à coletividade. Essas pessoas são muito preciosas. E eu acho que essa próxima eleição vai ser o juízo final. Do jeito que as coisas estão, a gente precisa ter um posicionamento claro sobre quem vamos votar e deixar essa coisa meio futebolística de lado. Justamente quem não está interessado que cheguemos a um consenso e possamos conversar uns com os outros são eles [políticos].”
Público e artista mais relaxados na segunda metade do show, as histórias ganharam contornos mais cômicos, como quando Miklos enviou um e-mail para Erasmo Carlos com um tema pra lá de curioso. “Eu li uma notícia que são 50 milhões de raios que caem sobre o Brasil anualmente. O Brasil é o país mais elétrico do mundo”, escreveu na mensagem, que arrancou risadas da plateia. A justificativa do cantor era despertar no Tremendão o desejo de criar sobre algo inusitado. E assim surgiu “País Elétrico”, mais uma faixa de A Gente Mora No Agora que foi apresentada nesta noite, seguida de “Vossa Excelência” (MTV Ao Vivo, 2005) e “Sonífera Ilha” (Titãs, 1984) que encerraram a primeira parte da apresentação.
Na volta para o bis, Tim Bernardes foi novamente mencionado pelo cantor que apresentou “Eu Vou”, composição do jovem paulistano que encerra seu mais recente álbum. Uma típica canção que fala de recomeço, reforçando a nova fase da vida de Paulo Miklos. A faixa arrebata todo o conceito de A Gente Mora No Agora que é amar, viver, aproveitar o presente e brindar a felicidade. E para a alegria dos fãs, a noite foi encerrada com dois clássicos: “Bichos Escrotos” (Cabeça Dinossauro, 1986) e “Lugar Nenhum” (Jesus Não Tem Dentes No País Dos Banguelas, 1987).
Livre para voar musicalmente, o artista experimenta em pouco mais de 1h15 de show o gostinho de ter todos os olhares única e exclusivamente para si. Carismático e reverente ao passado, mas sem arroubos de saudosismo, Paulo Miklos firma o pé em seu momento atual e prova que, decididamente, escolheu morar no agora.
SETLIST:
1. A Lei Desse Troço (Paulo Miklos/Emicida)
2. Risco Azul (Paulo Miklos/Pupillo/Céu)
3. Flores (Charles Gavin/Paulo Miklos/Sérgio Britto/Tony Bellotto)
4. Vou Te Encontrar (Nando Reis)
5. Pra Dizer Adeus (Nando Reis/Tony Bellotto)
6. Hoje (Paulo Miklos)
7. Um Bom Lugar (Sabotage)
8. Juízo Final (Nelson Cavaquinho)
9. A Mesma Praça (Paulo Miklos)
10. Saudosa Maloca (Adoniran Barbosa)
11. Isso (Tony Bellotto)
12. Porque Eu Sei Que É Amor (Sérgio Britto/Paulo Miklos)
13. País Elétrico (Paulo Miklos/Erasmo Carlos)
14. Vossa Excelência (Paulo Miklos/Tony Bellotto/Charles Gavin)
15. Sonífera Ilha (Branco Mello/Carlos Barmack/Ciro Pessoa/Marcelo Fromer/Tony Bellotto)
1. A Lei Desse Troço (Paulo Miklos/Emicida)
2. Risco Azul (Paulo Miklos/Pupillo/Céu)
3. Flores (Charles Gavin/Paulo Miklos/Sérgio Britto/Tony Bellotto)
4. Vou Te Encontrar (Nando Reis)
5. Pra Dizer Adeus (Nando Reis/Tony Bellotto)
6. Hoje (Paulo Miklos)
7. Um Bom Lugar (Sabotage)
8. Juízo Final (Nelson Cavaquinho)
9. A Mesma Praça (Paulo Miklos)
10. Saudosa Maloca (Adoniran Barbosa)
11. Isso (Tony Bellotto)
12. Porque Eu Sei Que É Amor (Sérgio Britto/Paulo Miklos)
13. País Elétrico (Paulo Miklos/Erasmo Carlos)
14. Vossa Excelência (Paulo Miklos/Tony Bellotto/Charles Gavin)
15. Sonífera Ilha (Branco Mello/Carlos Barmack/Ciro Pessoa/Marcelo Fromer/Tony Bellotto)
BIS:
16. Eu Vou (Tim Bernardes)
17. É Preciso Saber viver (Roberto Carlos/Erasmo Carlos)
18. Bichos Escrotos (Arnaldo Antunes/Nando Reis/Sérgio Britto)
19. Lugar Nenhum (Arnaldo Antunes/Charles Gavin/Marcelo Fromer/Sérgio Britto/Tony Bellotto)
16. Eu Vou (Tim Bernardes)
17. É Preciso Saber viver (Roberto Carlos/Erasmo Carlos)
18. Bichos Escrotos (Arnaldo Antunes/Nando Reis/Sérgio Britto)
19. Lugar Nenhum (Arnaldo Antunes/Charles Gavin/Marcelo Fromer/Sérgio Britto/Tony Bellotto)
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